Tempo de inspiração floydianda – Entrevista Bruno Morais (Ummagumma The Brazilian Pink Floyd)

Por Homero Pivotto Jr.

O conjunto brasileiro Ummagumma The Brazilian Pink Floyd carrega no próprio nome o objetivo de sua existência: homenagear os ídolos britânicos, conhecidos pela inventividade e execuções primorosas. E faz isso com propriedade e dedicação. Tanto que, em 2022, comemora duas décadas em atividade, emulando o mais fidedignamente possível, visual e sonoramente, o trabalho da banda inglesa que acolheu nomes como Syd Barrett (guitarra e voz), David Gilmour (guitarra e voz), Roger Waters (baixo e voz), Mick Mason (bateria) e Richard Wright (teclado).

Como parte das celebrações de aniversário, o tributo — apontado como o melhor da América Latina dedicado aos autores do clássico “The Wall” — se apresenta em Porto Alegre dia 5 de novembro, sábado, às 21h, no Teatro do Bourbon Country (Av. Túlio de Rose, 80)

Ingressos aqui: https://uhuu.com/evento/rs/porto-alegre/ummagumma-the-brazilian-pink-floyd-10384.

“Uma banda em clima de celebração dos seus 20 anos, com um repertório que agrada a todos os públicos. Um grande espetáculo à altura da experiência floydiana, musical, visual e sonora”, adianta Bruno Morais (voz e guitarra, fundador do grupo) sobre o que o público da capital gaúcha pode esperar.

Criada em Três Pontas, em Minas Gerais, a Ummagumma aposta numa proposta multissensorial em suas apresentações. O cuidado não se restringe apenas à similaridade nas execuções, mas também na parte visual, que inclui até telão redondo ao melhor estilo Pink Floyd. O capricho já rendeu até parcerias com profissionais do círculo floydiano.

“Tivemos uma grata surpresa quando Lorelei McBroom, vocalista que participou da turnê “Delicated Sound of Tunder”, entrou em contato com a banda interessada em tocar conosco, devido à qualidade que viu em nosso trabalho nas redes. Ela veio em 2016 e 2017, tocando conosco em São Paulo, Porto Alegre, Natal, Belo Horizonte e Viçosa”, recorda Bruno.

Em entrevista exclusiva à Abstratti Produtora, Bruno conta ainda como surgiu a ideia para o projeto, fala sobre a preocupação em entregar um trabalho que se assemelha ao máximo com o original e explica como se dá a escolha do repertório, entre outros temas.

Como surgiu a ideia de montar um tributo ao Pink Floyd e, principalmente, a intenção de apostar em reproduzir o mais fidedignamente possível – tanto nas músicas quanto na parte visual –  as obras originais?

A ideia surgiu com a vinda do Roger Waters em 2002. Fomos ao show eu, minha mãe e minha irmã (que viriam integrar a banda) e ficamos muito impressionados. Minha vontade é que todos os meus amigos que não estavam lá pudessem experimentar o que estávamos sentindo naquele show. Então, durante ‘Time’ eu tive o insight de fazer um projeto que, além de musical, articulasse os efeitos audiovisuais e cenográficos, característicos das grandes apresentações do Pink Floyd — e que tínhamos testemunhado naquele show do Roger.

Falando nisso: por favor, nos conte o que a Ummagumma usa de recursos para fazer as releituras e as apresentações mais próximas possíveis das tocadas pelo próprio Pink Floyd?

São 20 anos aperfeiçoando a execução musical, muitos estudos de timbragem, pesquisas e também de equipamentos.

Sabem se os integrantes do Pink Floyd já viram/ouviram as apresentações da Ummagumma de alguma maneira? Caso sim, qual a reação deles?

Estivemos com o Roger na segunda vinda dele ao Brasil, em 2007, no hall do hotel em que estava hospedado. Foi rápido, mas tempo suficiente para entregar o material. Não houve um feedback. Entretanto, tivemos uma grata surpresa quando Lorelei McBroom, vocalista que participou da turnê “Delicated Sound of Tunder”, entrou em contato com a banda interessada em tocar conosco, devido à qualidade que viu em nosso trabalho nas redes. Ela veio em 2016 e 2017, tocando conosco em São Paulo, Porto Alegre, Natal, Belo Horizonte e Viçosa.

Quantos integrantes a Ummagumma coloca no palco e como é o processo para manter a banda ativa e preparada? Os integrantes dedicam-se apenas a esse projeto ou dividem a rotina com outros trabalhos?

Atualmente, a banda conta com o núcleo de quatro integrantes — eu (Bruno Morais: vocal, guitarra, violão), Otávio Pieve (bateria), Marquinhos Wayne (baixo) e Felipe Batiston (teclado) — mais os músicos de apoio, que variam a cada apresentação. Em Porto Alegre estarão: Oswaldo Duarte (vocal, sax, violão), Nita Rodrigues, Renata Diniz e Vivian Peloso (backing vocals), Ismael Tiso (guitarra).

Já consideraram criar composições próprias? Essa ideia já foi lançada ou evoluiu de alguma maneira?

Cada membro da banda tem seus trabalhos paralelos. Alguns deles trabalhando em produções autorais, mas nada que se vincule com a banda.

Qual critério para a escolha do repertório, considerando que o Pink Floyd tem uma discografia ampla e repleta de clássicos?

Em 20 anos de banda passamos por mais de 70 canções da discografia do Pink Floyd. Sempre tentamos mesclar clássicos com alguns “lados B”, já que o público floydiano é muito exigente. O show se pauta principalmente em quatro álbuns: “Dark Side of The Moon”, “Wish You Were Here”, “Animals” e “The Wall”. E, a partir dessa seleção, passeamos pela discografia, desde o primeiro disco até os mais recentes, já na era pós Waters.

O que apontaria como o mais complicado em reproduzir os temas originais, já que muitos são cheios de camadas e complexidades?

É interessante porque, apesar de ser um som muito sofisticado, em muitos momentos, as canções são extremamente simples. Atingir esse equilíbrio é muito delicado.

O Pink Floyd pode ser considerado sua banda preferida? O que o cativou na obra dos ingleses?

Sou um grande amante da música e tenho relação muito intensa com algumas bandas, principalmente dos anos 60 e 70. Mas sem dúvida o Pink Floyd é a principal referência. Até porque são 20 anos completamente mergulhado nesse universo. A sonoridade experimental do grupo, a mistura da criatividade do Barret, a sosfisticação harmônica do Wright, a sensibilidade do Gilmour, as letras do Waters e a capacidade de ligar tudo isso do Mason… Isso sem falar no diálogo com as artes visuais, desde as capas conceituais, aos vídeos… Enfim, Pink Floyd é uma experiência completa.

O que o público pode esperar do show em Porto Alegre?

Uma banda em clima de celebração dos seus 20 anos, com um repertório que agrada a todos os públicos. Um grande espetáculo à altura da experiência floydiana, musical, visual e sonora. Contamos com todos vocês!

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