Levando o southern rock de sul a sul — Entrevista Charlie Starr (Blackberry Smoke)

“The soul is always in the south” (a alma está sempre no sul, em tradução livre). É o que pensa o vocalista e guitarrista Charlie Starr, que está prestes a chegar ao sul do Brasil para apresentar o southern rock que tornou o Blackberry Smoke destaque no cenário musical dos Estados Unidos. Em Porto Alegre, a banda de Atlanta (estado da Georgia) faz show dia 10 de maio, no Opinião (Rua José do Patrocínio, 834), às 20h.

Com seis discos lançados — sendo o mais recente Find A Light, de 2018 —, o grupo conseguiu reconhecimento para além dos limites fronteiriços. E é, atualmente, um dos grandes representantes do gênero popularizado por nomes como Lynyrd Skynyrd, com quem o BBS fez alguns shows.

Na entrevista a seguir, o músico estadunidense fala sobre o estilo musical pelo qual seu conjunto é rotulado, o bom trânsito entre os formatos acústico e plugado, as conquistas do BBS e a expectativa sobre a primeira gira no Brasil.

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O Blackberry Smoke alcançou muitas conquistas desde que foi criado, em 2000. Foi de artista promissor até tornar-se um nome em destaque no cenário southern rock da atualidade. O que fez isso ser possível?

Charlie Starr — Não sei exatamente a razão. O que eu posso dizer é que sempre permanecemos verdadeiros com nós mesmos, e isso pode ter tocado as pessoas.

Sobre o rótulo de southern rock: o que caracteriza o estilo, musicalmente falando? Para você, o gênero hoje em dia mantém os elementos do passado, quando tocado por bandas clássicas?

Charlie Starr — É difícil definir esse tipo de som. Sempre pensei que bandas de southern rock exercitavam a liberdade musical. Elas soam diferentes, mas o espírito é o mesmo. E tem os longos solos de guitarra… haha.

O BBS tocou em alguns shows na turnê de despedida do Lynyrd Skynyrd. Como foi essa experiência?

Charlie Starr — Fantástica e não tão doce.

O quanto o Lynyrd Skynyrd influenciou o BBS, considerando-se que eles são apontados como pioneiros do southern rock?

Charlie Starr — Claro que amamos a música deles. Estava por toda a parte enquanto crescíamos.

Qual momento na carreira do Blackberry Smoke acredita ter sido decisivo para o sucesso? Aquele em que as coisas mudaram e a banda começou a crescer cada vez mais.

Charlie Starr — Pra mim, creio que o disco Whippoorwill (2012). O que é legal, porque foi produzido por nós mesmos e alguns amigos. E foi lançado por uma gravadora independente.

O BBS funciona também em formato acústico, não apenas plugado. Tem alguma preferência entre esses tipos de apresentação? Por quê?

Charlie Starr — Amo os dois. As performances acústicas são legais pelos espaços vazios, musicalmente. Elétrico é bacana pelo volume e poder.

E sobre o show que rola em Porto Alegre, deve ser todo elétrico ou com momentos acústicos? Como é definido qual jeito vai ser tocado em uma apresentação?

Charlie Starr — Devemos ter momentos acústicos. Vai depender do público, na verdade.

O disco mais recente da banda chama-se Find a Light (2018). Isso leva a pergunta: como a música pode ajudar as pessoas a encontrar brilho em um mundo cada vez mais obscuro?

Charlie Starr — Música é remédio para a mente e para o corpo. É definitivamente uma luz.

Como é a primeira vez do BBS no Brasil, quais expectativas?

Charlie Starr — Estamos bem ansiosos sobre o país e a cultura. Pessoas do Brasil que conhecemos parecem ser verdadeiros amantes da música.

Como Porto Alegre fica no sul do país, acredita que possa haver similaridades com o sul dos Estados Unidos?

Charlie Starr — The SOUL is always in the South (A alma sempre está no sul, em tradução livre).

Por Homero Pivotto Jr.

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