O que o SUM 41 tem a ver com o título do Grêmio na Copa do Brasil
Fotos do show: https://www.facebook.com/media/set/?set=a.1388925211147534&type=3
Vídeo oficial com imagens do show: https://www.youtube.com/watch?v=1P0JYiFWD0g
Não é uma quinta-feira de #tbt, não é uma data celebrativa de nada, mas ao mesmo tempo me dei conta que gostaria de escrever causos de shows com mais frequência, me lembrei de uma situação curiosa e fechou que eu estava com vontade de escrever.
O ano era 2016 e eu traria, pela primeira e única vez para Porto Alegre, a banda canadense SUM 41, que foi um dos grandes nomes que agitaram a cena rocker do início dos anos 2000, junto com a turma Emo.
O show foi uma parceria com a Honorsounds de São Paulo, da Damaris e do Baffo, numa época onde nosso bate bola era frequente. Uma época onde a produção de shows internacionais pra nós, produtores independentes, era mais acessível.
Aliás, escrevendo isso agora me veio a motivação de escrever: ser produtor independente pós pandemia é uma tarefa mais difícil ainda do que no pré pandemia, dólar ainda mais alto, companhias aéreas super protegidas mordendo cada vez mais não só em suas passagens, mas também onerando ainda mais as bagagens e cargas das bandas, hotéis cobrando fortunas mas, acima de tudo isso, menos gente com dinheiro pra comprar ingresso de shows.
Mas ok, sobre as dificuldades de produção deixarei para um outro texto, vamos falar deste show do SUM 41. Toda banda que vem pela primeira vez para uma cidade sempre possui um apelo maior com o público, além disso a banda canadense era uma das poucas deste segmento que furaram a bolha da popularidade e que teriam cacife pra fazer casa cheia em muitas cidades e não somente nas norte-americanas, berço do segmento Emo.
Divulgação correndo forte, ingressos sendo vendidos naturalmente, seria o último show que faria naquele ano, pois estava marcado pro dia 7 de dezembro. Terminar o ano positivamente, de sorriso no rosto, verão se iniciando, tudo se pintando da melhor forma possivel para uma perspectiva ALTA de sold out, ou seja, ingressos esgotados no Opinião.
Mas o destino prega peças e, na semana anterior ao show, acontece uma tragédia: o avião que transportava o time de futebol da Chapecoense para a final da Copa Sul-Americana, contra o Atlético de Medellin na Colombia, cai pouco antes de aterrrisar. O que isso tem a ver com o show? Justamente pela comoção da tragédia gerada fez com que o Grêmio adiasse o seu jogo decisivo pela Copa do Brasil contra o Atlético Mineiro para uma semana depois e que dia cairia?
Justamente no dia do show do SUM 41 em Porto Alegre.
Eram quinze anos desde o último grande título do tricolor gaúcho, ninguém queria perder a partida, mesmo os que não foram ao estádio queriam acompanhar ao vivo a decisão que seria exatamente no mesmo horário do show. Choveram pedidos de transferência do show, mas isso é praticamente impossível dentro de uma logística de show internacional.
Matamos no peito e realizamos o show, cerca de 1100 pessoas estavam presentes, mas poderiam ter sido mais, com toda certeza do mundo. No palco o SUM 41 não decepcionou e lavou a alma de quem estava por lá. Ao final do show, ainda restavam alguns minutos pra partida terminar, mas os gritos de campeão ecoavam na Cidade Baixa em Porto Alegre. Ficou aquele gostinho amargo nessa conquista (sou gremista) mas essa é apenas uma das milhares de situações que podem ocorrer em meio a uma produção de shows.
Fotos do show: https://www.facebook.com/media/set/?set=a.1388925211147534&type=3
Vídeo oficial com imagens do show: https://www.youtube.com/watch?v=1P0JYiFWD0g
Ricardo Finocchiaro
Proprietário Abstratti Produtora